sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Análise Musical: Borboletas (Victor e Leo)



Composição: Victor Chaves


Percebo que o tempo já não passa
Você diz que não tem graça amar assim
Foi tudo tão bonito, mas voou pro infinito
Parecido com borboletas de um jardim
Agora você volta
E balança o que eu sentia por outro alguém
Dividido entre dois mundos
Sei que estou amando, mas ainda não sei quem
[refrão]
Não sei dizer o que mudou
Mas, nada está igual
Numa noite estranha a gente se estranha e fica mal
Você tenta provar que tudo em nós morreu
Borboletas sempre voltam
E o seu jardim sou eu
----------------------------------------------------------------------------------------------------------


No começo da letra vemos a marcação de dois momentos que separam duas sensações do eu lírico, agora onde tudo não desperta seu interesse e um ontem que já se foi e que já teve término, foi uma fase boa e que seu fim é manifestado no texto pelo uso do pretérito perfeito.
Na segunda estrofe temos uma possível confusão, pois o eu lírico usa a expressão “agora” para inserir uma nova sensação, esse “agora” deve ser entendido como um novo momento diferente dos outros dois da estrofe anterior, para que assim não haja confusão.
O refrão é uma tentativa de explicação sobre as mudanças que ocorrem durante toda a vida amorosa do eu lírico, por isso causa uma sensação de confusão temporal, sendo que trata de acontecimentos que aconteceram demoradamente de forma rápida.
No início vemos o claro uso da comparação, evidenciado pelo uso da palavra “parecido”, portanto o relacionamento humano é comparado a borboletas em um jardim.
No refrão da música o eu lírico muda a figura de linguagem e se utiliza de uma metáfora, sendo sua amada a borboleta e o próprio eu lírico o jardim.
O uso pode ser explicado pela seguinte suposição: no início da musica o eu lírico pretende apenas inserir a ideia que pretende desenvolver, portanto a comparação faz ativar nosso conhecimento de mundo, depois que já criamos essa imagem mentalmente o eu lírico se utiliza dela para inserir seu relato amoroso, dando poeticidade, para se inserir é preciso incorporar e por isso a metáfora é empregada.
Por fim, porém não menos importante, o uso da palavra “estranha” no refrão cria uma sonoridade intrigante, sendo que a mesma se repete, no entanto não tem o mesmo significado. Na primeira vez “estranha” se refere à noite, caracterizando-a. No segundo caso “estranha” se refere ao ato de se estranhar, achar pouco familiar, novo, diferente. No primeiro caso temos o emprego de um adjetivo e no segundo caso temos o emprego de um verbo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário