Percebo que o tempo já não
passa
Você diz que não tem graça amar assim
Foi tudo tão bonito, mas voou pro infinito
Parecido com borboletas de um jardim
Você diz que não tem graça amar assim
Foi tudo tão bonito, mas voou pro infinito
Parecido com borboletas de um jardim
Agora você volta
E balança o que eu sentia por outro alguém
Dividido entre dois mundos
Sei que estou amando, mas ainda não sei quem
E balança o que eu sentia por outro alguém
Dividido entre dois mundos
Sei que estou amando, mas ainda não sei quem
[refrão]
Não sei dizer o que mudou
Mas, nada está igual
Numa noite estranha a gente se estranha e fica mal
Você tenta provar que tudo em nós morreu
Borboletas sempre voltam
E o seu jardim sou eu
Não sei dizer o que mudou
Mas, nada está igual
Numa noite estranha a gente se estranha e fica mal
Você tenta provar que tudo em nós morreu
Borboletas sempre voltam
E o seu jardim sou eu
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No começo da
letra vemos a marcação de dois momentos que separam duas sensações do eu
lírico, agora onde tudo não desperta seu interesse e um ontem que já se foi e
que já teve término, foi uma fase boa e que seu fim é manifestado no texto pelo
uso do pretérito perfeito.
Na segunda
estrofe temos uma possível confusão, pois o eu lírico usa a expressão “agora”
para inserir uma nova sensação, esse “agora” deve ser entendido como um novo
momento diferente dos outros dois da estrofe anterior, para que assim não haja
confusão.
O refrão é
uma tentativa de explicação sobre as mudanças que ocorrem durante toda a vida
amorosa do eu lírico, por isso causa uma sensação de confusão temporal, sendo
que trata de acontecimentos que aconteceram demoradamente de forma rápida.
No início
vemos o claro uso da comparação, evidenciado pelo uso da palavra “parecido”,
portanto o relacionamento humano é comparado a borboletas em um jardim.
No refrão da
música o eu lírico muda a figura de linguagem e se utiliza de uma metáfora,
sendo sua amada a borboleta e o próprio eu lírico o jardim.
O uso pode
ser explicado pela seguinte suposição: no início da musica o eu lírico pretende
apenas inserir a ideia que pretende desenvolver, portanto a comparação faz
ativar nosso conhecimento de mundo, depois que já criamos essa imagem mentalmente
o eu lírico se utiliza dela para inserir seu relato amoroso, dando poeticidade,
para se inserir é preciso incorporar e por isso a metáfora é empregada.
Por fim,
porém não menos importante, o uso da palavra “estranha” no refrão cria uma
sonoridade intrigante, sendo que a mesma se repete, no entanto não tem o mesmo
significado. Na primeira vez “estranha” se refere à noite, caracterizando-a. No
segundo caso “estranha” se refere ao ato de se estranhar, achar pouco familiar,
novo, diferente. No primeiro caso temos o emprego de um adjetivo e no segundo
caso temos o emprego de um verbo.